18 novembro 2008

Arménio Losa.Cassiano Barbosa "nosso escritório"


«Um arquitecto modernista, autor de uma obra singular e feita de rupturas com visão tradicionalista do Estado Novo. São elogios feitos ao arquitecto Arménio Losa, alvo de homenagem na cidade onde viveu e deixou marca indelével.

"Andou sempre à frente do seu tempo". É a opinião mais vezes ouvida quando surge o nome de Arménio Losa, arquitecto, urbanista, autor de vários planos de urbanização de Gaia, Matosinhos e do Porto, cidadão empenhado em causas cívicas e políticas de combate ao Estado Novo. "Toda a sua vida foi marcada pela luta antifascista e sempre teve uma dimensão ética do exercício da profissão. Foi sempre um homem coerente", referiu, ao JN, Manuel Correia Fernandes, catedrático de Arquitectura da FAUP.

O mesmo ângulo de análise foi, igualmente, partilhado pelo arquitecto Nuno Portas, professor na FAUP e amigo de Arménio Losa. "Acompanhou desde sempre as mudanças do Porto no século XX. Foi um grande mestre e sempre teve uma visão metropolitana do espaço urbano", disse. "Deixou uma obra ímpar", atalhou, deixando implícita a ideia de que a vida e obra de Arménio Losa continua a ser uma referência para estudantes e jovens arquitectos.

Para Pedro Ramalho, arquitecto e comissário-geral das comemorações promovidas pela Ordem dos Arquitectos alusivas ao centenáriodo nascimento de Arménio Losa (1908-2008) o responsável do primeiro gabinete de Urbanismo da Câmara do Porto foi sempre um homem de rupturas. "No pós-guerra, o movimento modernista teve uma importância muito grande, já que introduz regras novas e faz um corte com a arquitectura tradicional. Arménio Losa esteve neste movimento e sempre teve evidentes preocupações sociais e políticas".

Impedido pelo Estado Novo de leccionar pelo Estado Novo - por razões políticas e ideológicas -, a sua obra sempre foi seguida com particular atenção e estudo. "Foi moderno, racionalista e adepto dos ideiais de Le Corbusier. Foi um homem de rupturas em relação ao passado. Pagou caro, mas até ao final da vida esteve atento à evolução e transformação da cidade", elogiou, ao JN, o arquitecto João Paulo Rapagão.

Entre os projectos mais marcantes na cidade e cujos testemunhos são referências na sua obra, conta-se os edifícios de habitação da Rua da Boavista, à Carvalhosa (1945), o prédio de escritórios nas ruas de Sá da Bandeira com Guedes de Azevedo (1946) e, ainda, o edifício modernista da Rua de Ceuta, desenhado em 1950.»

11/11/2008
Manuel Vitorino
in JN

Exposição patente na Nova Alfândega do Porto até dia 06 de Dezembro

1 comentário:

Voltaire disse...

muy buena exposição! só hoje lá fui e a qualidade informativa exposta é de grande valor, particularmente para quem vive em plena cidade do Porto (a maioria dos projectos foram aqui edificados)

só é pena o espaço reduzido em que se encontra, os trabalhos acabam por estar quase uns em cima dos outros, alguns até vão parede acima a dois metros e tal de altura, dificilimos de apreender... também n fazia mal ter + umas kntas fotos dos edificios actualmente e talvez uma makete ou outra, mas percebe-se, o curto espaço n o permitiu... mas vão, vão que n s arrependem! ;)