Fui no domingo ver a exposição de Juan Muñoz em Serralves, e aconselho vivamente!
Tive a sorte de apanhar uma visita guiada (estava mesmo a começar quando entrei), o que ajudou imenso à compreensão da obra. O guia era fantástico e entusiasmado, notava-se que adorava transmitir o conhecimento que tinha sobre o artista (e tudo o que envolvia a esfera do artista)... não "debitava" simplesmente a informação.
É interessante ver o fio condutor de toda a obra de Juan Muñoz: o seu princípio na arquitectura que o leva a criar peças como escadas, corrimãos e varandas, tudo elementos de transição, de indefinição. Transição entre um andar e outro, ligação com o corpo que está de passagem, ligação entre exterior e interior. Temos também as obras mais conhecidas,como o boneco do ventríloquo sentado ao canto de uma sala com um chão que ilude, e os desenhos a branco sobre tecido de gabardine preta...E depois temos também obras relacionadas com a comunicação, com o não-ver mas sentir, com a falta de comunicação entre dois intervenientes numa conversa que não chega a ser conversa...
Em Juan Muñoz vi uma temática variada, mas estranhamente interligada. Via-se onde tinha começado, por onde tinha explorado, tudo peças com sentido (especialmente se explicadas por um guia!). Via-se o explorar da descontextualização, da comunicação, do congelar do tempo e do momento, da representação do som (ou silêncio).
Gostei especialmente do grupo de asiáticos logo no início (na fotografia): o sorriso era contagiante, mas havia também uma certa estranheza naquele momento congelado (eles sem pés, sem poder sair dali), na intromissão (nossa) em conversas alheias (deles).
A retrospectiva de Juan Muñoz vai lá estar até dia 19 de Janeiro, não percam! (e já agora vejam os trabalhos mais recentes de Christopher Wool, claro ;))
2 comentários:
inda n tive oportunidade de ir ver, mas parece bom, aliás do trabalho do senhor muñoz só conheço os 13 a rir uns dos outros da cordoaria, a sua última obra, mai nd :/
(tivest sorte no guia, da última vez que fui a serralves, para ver o manoel de oliveira e uma expo de fotografia k lá estava, ai jasus! a mulhé tinha sotaque espanhol, e n explicava mais do k se via! ai k secante...!! xD)
Já lá fomos!
Gostei bastante, tem muita coisa muito interessante. Desenho e fotografia também, não fazia ideia.
O Wool é que foi uma grande desilusão! Estava à espera daquelas grandes telas cheias de texto que eu adoro, e afinal não tinha nada disso... Fiquei mesmo com pena.
Mas voltando a Muñoz, a exposição vale muito a pena, sobretudo realmente se com visita guiada, mas de qualquer das formas recomendo.
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