..."Thank you, thank you, thank you!"
Eu queria mesmo fazer o rescaldo do concerto. Mas é-me difícil. E como entretanto li um na Blitz que me pareceu bem feito, acho que vou transcrever excertos para aqui, e deixar as minhas opiniões como comentário.
Deixo também alguns vídeos que ilustram as diferentes faces (que muita gente não conhece) do Moby.
"Extreme Ways"
«
Eu queria mesmo fazer o rescaldo do concerto. Mas é-me difícil. E como entretanto li um na Blitz que me pareceu bem feito, acho que vou transcrever excertos para aqui, e deixar as minhas opiniões como comentário.
Deixo também alguns vídeos que ilustram as diferentes faces (que muita gente não conhece) do Moby.
"Extreme Ways"
«
(...)
O anfiteatro natural do Parque da Cidade não podia estar mais composto do que estava quando foi possível pela primeira vez pôr olhos e ouvidos em Moby, logo depois da etérea "A Seated Night" - absoluta antítese da noite que estava para chegar - ter servido de passadeira para a entrada de todos os músicos.
"Extreme Ways" arrancou os primeiros sinais de entusiasmo, deu para perceber como se iria pintar a noite e perceber a mecânica da banda de Moby: o próprio na guitarra, auxiliado por duas violinistas, teclas, baixo, bateria e mais vozes. Apesar de não ser sempre possível absorver na totalidade do som em palco - a batida foi sempre muito dominante - ficou logo ali claro a transparência dos processos e o grau "live" de Moby.
Ficou desde logo também claro que todos esperavam por Play , o disco que pôs Moby em 1999 no centro das atenções e que lhe impôs, de certa forma, uma data de validade - nunca mais Richard Melville Hall conseguiu um disco à altura desse. E por isso quando "Bodyrock" saiu disparada das colunas gigantes do palco não havia como parar o entusiasmo do público.
Moby disse que eram 20 mil pessoas e não deve ter estado muito longe da realidade. "Bodyrock" lembrou aquilo que muitos dos seus últimos singles fizeram esquecer: que ir para um concerto de Moby é preparar-se para dançar. E Play , nesse aspecto, tinha muito bons argumentos. Com "Bodyrock" Moby fez o Parque da Cidade parecer uma discoteca ao ar livre mas o norte-americano não quis impor essa fórmula a todo o tempo e ziguezagueou no alinhamento com canções distintas entre si, reclamando ora a melancolia, ora o entusiasmo incontrolável, ora algo entre os dois mundos.
(...)
Entre canções de Play e de discos mais recentes, Moby quis mostrar aquela que diz ter sido a primeira canção que lançou: "Go", estranhamente orgânica, estranhamente humana, lembrou a matéria-prima de Moby e deixou meio mundo unido por uma batida - algo que parece dar-lhe prazer. Mas foi sempre ao voltar a Play que o feedback do público se notou: "Natural Blues" ou "Why Does My Heart Feel So Bad?" deixaram marca (muito por responsabilidade da excelente Joy Malcolm que traz a música negra para as canções de Moby) e elevaram os telemóveis aos ares para uma recordação ou chamada a ente querido.
"Go"
A dois tempos, "Disco Lies", apresentada como sendo uma "big New York disco song" e "Wait for Me" (com Kelli Scarr na voz), trouxeram os fãs de Moby para a actualidade, mostrando todas as diferenças: da década, do estado de espírito, do mundo. Moby quis pedir desculpa por George Bush: por oito anos de governação, por todo o mal que os Estados Unidos fizeram nesses tempos. Quis agradecer a paciência do resto do mundo por não ter virado as costas aos norte-americanos e dedicou-lhes "Lift Me Up" - outro êxito pouco convincente. A Nova Iorque dedicou a canção que diz ser a mais bonita homenagem à cidade: "Walk On the Wild Side", de Lou Reed, numa versão light que fez a delícia de muitos no convite-passaporte para um mundo mais selvagem.
(...)
Perto do final de concerto marcado pelas diferenças óbvias entre a discografia pré e pós Play (não vale a pena disfarçá-lo), uma última confissão: Moby declarou o seu abuso do ecstasy noutros tempos mas não escondeu gostar ainda de ficar até às seis da manhã numa rave a dançar até que o sol dê os primeiros sinais de si. Não foi assim na noite do Porto mas até podia ter sido: não temos grandes dúvidas que o público o seguiria fielmente até à luz. Sobretudo depois de termos ouvido a última batida que Moby preparou para o encerrar da cortina, especialmente convidativa a uma celebração pela madrugada fora.
»
4 comentários:
Ora bem. Comentários. Mais ou menos soltos.
Adorei.
Não estava nada à espera deste tipo de concerto. Sobretudo porque para além das músicas mais conhecidas (como a "Why Does My Heart Feel So Bad?") eu só conhecia o último álbum (do qual publiquei o vídeo da "Shot In The Back Of The Head"), que é muito melancólico e calmo.
Ok, a verdade é que eu conhecia bem mais músicas do que pensava, apenas, lá está, não as associava a Moby ("Go", "Disco Lies", "Body Rock").
Ele é um músico que, embora assente sempre na electrónica, consegue ser muito versátil e fazer coisas muito diferentes entre si. Para isso contribui também o facto de, quer em concerto quer em estúdio, existirem sempre mais vozes além da do próprio. Como é referido na reportagem da Blitz, a Joy Malcom e a Kelli Scarr são duas importantes peças na constelação Moby e são ambas exímias cantoras.
(não há vídeos dessa música, mas eu juro que fiquei completamente arrepiado e me vieram as lágrimas aos olhos ao ouvir a Kelli Scarr na "Wait For Me", que tem uma profundidade que a versão de estúdio não deixa transparecer.)
Resumindo, foi um concerto excelente, que superou todas as expectativas e me fez perceber que gosto realmente de Moby.
(ah, é verdade, eu estou algures nas primeiras filas, mesmo em frente ao autor do vídeo da "Extreme Ways"! :D)
Importante também não esquecer o óptimo contributo do Slimmy, que abriu o concerto!
A início fiquei um bocado com a sensação de que ninguém lhe estava a ligar grande coisa, mas ele consegui aquecer o pessoal e cativar muita gente.
Tenho de reconhecer que, ao contrário do que alguns vídeos do youtube me tinham feito crer, ele canta bastante bem ao vivo, outra agradável surpresa, que só vem corroborar a ideia de que 15 euros por aquela noite foi absolutamente de borla! (daí haver espanhóis aos pontapés! xD)
Ah! (ainda bem que eu me lembro das coisas! xD)
O "Thank you, thank you, thank you!" era o que ele passava a vida a repetir entre as músicas! Isso e "obrigado, obrigado, obrigado!". Eheh!
No fim do primeiro vídeo acho que se ouve um bocado. Ele é bastante comunicativo. ^^
bem...realmente ao vivo o home n corresponde ao k pensava dele, mto disco stuff caestranho n associava mesm...
uma agradable surpresa vá :p
Enviar um comentário