03 outubro 2010

Ok, batam-me.

Fui ver a Gaivota, e não adorei.

É verdade que o texto não era fácil e que os actores fizeram um excelente trabalho. Mas não me surpreendeu, possivelmente devido às minhas expectativas, demasiado altas. Mas toda a gente me tinha dito que era uma peça fabulosa!

O próprio cenário, não me decepcionou, mas lá está, não me pareceu nada de mais, achei que poderia ter sido muito melhor aproveitado, sobretudo a presença da água. Achei mesmo interessante, entrei à espera de ver o trabalho que iria ser feito com ela, e quando saí, continuava à espera; não vi nada que não pudesse ter sido igualmente pensado/resolvido/representado/... em chão seco. Fez-me todo o sentido que a água lá estivesse, mas já que estava, deveria ter sido mais consequente na encenação. Digo eu.

Resumindo, não posso dizer que não tenha gostado, gostei. Mas não achei nada de fora de série, não senti que tenha acrescentado muito a coisa nenhuma - não a mim, pelo menos.


6 comentários:

Marys' disse...

Eu estou de acordo com o Orlando. Fui ver à última da hora, porque toda a gente que tinha visto tinha dito que era fantástico. Também fiquei um bocadinho à espera de mais e também partilho da mesma opinião em relação ao cenário (lol, que falta de opinião própria! xD). A água realmente é um elemento bastante rico. Cativou-me bastante o seu som e os reflexos, que por vezes me distraiam da própria peça. Lol!

Carolina Búzio disse...

Acho que o principal problema foi vos terem dito assim tantas vezes que valia a pena... talvez de facto as espectativas já estivessem tão altas que muito pouco conseguiria fazer jus à vossa imaginação.
Devo dizer que fui para lá sem saber sequer o que era a história ou com qualquer tipo de recomendação ou ideia em relação à cenografia.
Não acho que a história ou a peça em si sejam fantásticas... mas achei lindíssimo o cenário.Como conseguiram fazer tanto com tão pouco, mudar ambientes, locais, etc.
Aquela entrada com as cadeiras, aperceber-me que havia água em palco, "fez-me cócegas", era diferente, sorri, criava "algo mais" numa peça que poderia não ter sido nada de especial.
E sinceramente, não consegui ver outros usos para a água que se encaixassem na peça em si.
Achei que tinha em boa dose a simplicidade aliada à utilidade e à estética.
Acho que a questão não é se as coisas não poderiam ter sido feitas em chão seco... claro que podiam, há 1001 maneiras de resolver uma peça. Mas acho que a água, o lago, deram uma outra dimensão à peça. Adicionaram "aquele quê" diferente, original, e que (pelo menos em mim) criou uma série de sensações, tanto auditivas como visuais, que não teriam existido de outra forma.

Voltaire disse...

eu fui sem qualquer tipo de espectativa, tinham-me falado da gaivota mas pca coisa, fui pk gosto de teatro e há mto mto k não ia e como ando ultimamente em contacto com gentes teatrais deu-me logo para querer ir!

quanto à peça por não ter espectativa nenhuma surpreendeu-me a inicio o cenário e a presença da água e gostei e percebia-se, mas depois... depois começou a estar "a mais", particularmente depois do intervalo, começou a não fazer sentido, não se relacionava com o resto do enredo...

(para o fim parecia uma inundação dentro de casa!! eu continuo a defender a ideia de que eles tiveram uma infiltração e a aproveitaram! xD)

quanto história em si, era puxadita, n sei se era do sono que tinha, mas perdi-me algures uma ou duas vezes, este gostava dakela k gostava dakele mas não podia pk tinha k gostar deste, mas akela é k gostava dele e...pum lol

Ana Valent disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Valent disse...

Acho que a Carolina confirma a minha opinião acerca da peça. Eu por várias vezes vi o cartaz e já queria ver esta peça mesmo antes de terem dito alguma coisa, pois uma actriz portuguesa conseguiu grande clamor devido à personagem que interpretou na peça e por isso e da maneira como a entrevista foi feita deu-me curiosidade de a ver.
Falaram-me vagamente de como seria o cenário, mas tudo sem grandes pormenores, por isso quando cheguei lá foi algo novo e de que não estava à espera.
Sou sincera, o texto foi interessante mas um pouco confuso, mas achei que deveria ser assim, pois o próprio tema não é fácil nem nunca vai ser. Devo dizer também que gostei principalmente da encenação, da maneira que foi contada a história e da forma como o cenário " mexeu " comigo. Posso dizer que é uma daquelas peças que apetece levar para casa, e reter para sempre na memória. Não pelo texto, mas pela maneira como me fez sentir. Apreciei esta nova potencialidade da encenação, gostei de como o " involcro " da peça ( isto é, o cenário) pode ser um contributo tão magestoso, tão modificador e tão marcante ao mesmo tempo. Ali fundiu-se muito bem várias artes mas... e o som da água...? O burburinho da àgua e o seu reflexo foi algo que me ultrapassou. Foi uma experiência aos sentidos...
As cenas desenrolavam-se em vários tempos, e por vezes as personagens tinham de sair de cena mas tal não chegava realmente a acontecer pois elas " paravam " no tempo, como se na ultima passada, antes de abandonarem o palco tivessem ficado petrificadas, retendo aquele momento passado para sempre... Como se a memória daquele momento ficasse eternizada e ecoando durante muito tempo...
Claro que cada um sente e resente as coisas de diferente maneira mas, em geral agradou-me bastante talvez não pelo facto de ter tido um texto muito bom, mas por...me ter permitido sonhar com toda aquele ambiente inesperado...

OGC disse...

Eu também gostei das sensações potenciadas pela presença da água, Raquel, isso que dizes do burburinho e dos reflexos pela sala toda foi realmente o que mais me entusiasmou e agradou. Mas precisamente por haver esse elemento marcante, esse 'uau' de inesperado, acho que a encenação deveria ter aproveitado para ser também ela de alguma forma inovadora, pondo-se ao nível do cenário, e simultaneamente dando-lhe sentido. Esses freezes de saída de cena, por exemplo, penso que funcionaram bem, mas não me surpreenderam, não foram nada que eu nunca tivesse visto. E como já disse, ao apresentar-se uma encenação que não abre novas possibilidades, novos horizontes de expectativa, o próprio cenário, que merecia muito mais, acabou por ficar algo desamparado ali...