31 janeiro 2011

Lux Aeterna

Acabei por me lembrar de uma peça que está nos antípodas da Acordai. Por isso decidi mostrá-la também. Como dantes, não vou fazer nada a não ser pô-la aqui e espero que façam os vossos comentários. Depois digo porque as acho muito diferentes.

6 comentários:

OGC disse...

Ya, não tem nada a ver. Em termos técnicos não sei explicar, mas acho sobretudo, ao contrário do Acordai, que há uma grande 'dispersão', uma ideia de várias coisas sobrepostas.
No Acordai ia tudo 'no mesmo sentido' e transmitia força. Aqui é mais partido, deixou-me algo inquieto.

Queres explicar? :P

Carolina Búzio disse...

Para mim a principal diferença foi nas pausas (ou silêncios). Na Acordai há pausas, e mesmo as pausas dão força ao resto.
Nesta há um contínuum de som, nunca pára, nunca "respiras", não há silêncio...

OGC disse...

Oops, afinal dizia que é do Ligeti... :P

OGC disse...

Ainda não comentaste, Chicão!

Pablo Chicasso disse...

sim , eu sei, peço desculpa mas tenho andado ocupado com o teste de Construção (que é basicamente física). n demoro muito mais, prometo.

Anónimo disse...

Olá.
Talvez seja uma ajuda consultar estes links:
Acordai: (ver no fim do texto, por favor. Tem mais significado)

Lux Aeterna:
http://g.sheetmusicplus.com/Look-Inside/large/996548_02.jpg

Não me calhou muito bem, porque não encontrei a pauta do "Acordai".
Não será preciso saber ler música para notar que as notas, as palavras (ditas com as notas) são as mesmas, MAS...
enquanto o Lopes-Graça [na senda do "tu sozinho não podes nada, mas juntos temos o mundo na mão"] põe toda a gente a EXPRESSAR-SE AO MESMO TEMPO - dando ideia de UNIDADE e FORÇA
o Ligeti pondo o pessoal a EXPRESSAR-SE EM RITMOS DIFERENTES ('entradas' em momentos diferentes, duração das notas diferentes)cria uma sensação de CAOS (vários CAOS), ISOLAMENTO, FRIALDADE, INQUIETUDE.

No Graça, as pausas como que servem de pontos de retoma da luta comum [do grupo e dos ouvintes - a quem tenta galvanizar]em VAGAS de força
No Ligeti a falta de pausas (silêncios) potencia a sensação de OPRESSÃO [de Requiem por um sonho] e INQUIETAÇÃO.

No Graça como as vozes [diferentes] cantam "a uma só voz", não se nota tanto a diferença entre os vários timbres. (Mais uma maneira de reforçar o conceito de "UNIDADE" NA DIVERSIDADE)
No Ligeti, porque as vozes (diferentes - e são 16)cantam "desfasadas" já se notam mais as diferenças entre os vários timbres. O canto é polifónico. Sublinha-se o INDIVIDUALISMO da sociedade?

O próprio "Acordai" não fica tão bonito quando se individualizam os timbres como nesta interpretação da Teresa Salgueiro:
http://www.youtube.com/watch?v=GFgwcktnaWM&feature=player_embedded

Gostava de saber o que acharam desta minha re-entrada, sobretudo o Chicasso.

Abraços do
Zé do Boné