08 março 2011

Poesia

(não me ocorreu uma descrição melhor para este tipo de filme...)




Filmagens com lente macro e after effects para o texto e a montagem, se não me engano.

5 comentários:

Pablo Chicasso disse...

Não me leves a mal, mas não encontro nada de poético nele. queres dizer-me em que sentido o achaste poético?

Carolina Búzio disse...

Não levo a mal ;)

Para mim é uma espécie de poesia visual e sonora...
Não existe narrativa, não existe propriamente um fio condutor nítido ou bem delineado...
hmm, se calhar o que estará em causa será a palavra usada. eu sei que muitas vezes a poesia prende-se a uma narrativa... mas muitas vezes é um apontamento de sensações, é uma reflexão e introspecção que por vezes só quem está completamente familiarizado com a mente que escreve é que consegue perceber na sua totalidade. Por vezes é um jogo de palavras quase inconsciente, talvez, ideias soltas.
Não consegui dizer para que servia este filme: parecem-me sensações, apontamentos de beleza pura na qual muitas vezes não reparamos, e com uma sonoplastia incomum e que lhe confere um ambiente diferente. Nós não conseguimos "de facto" ouvir o gelo a formar-se ou semelhantes coisas minúsculas... e no entanto os sons parecem encaixar. Além disso, vai pontuando as imagens com pequenas frases, expressões, palavras, que por vezes dão um sentido curioso ao que estamos a ver...

OGC disse...

Isto foi esquisito.
A forma como iam aparecendo os nomes, parecia o inicio de um filme, em que introduzes o realizador e actores principais, ou um spot publicitário que no fim fosse revelar um produto qualquer (do estilo a tal lente). Desse ponto de vista, percebo a poética. Mas como filme em si mesmo, como elemento autónomo, achei uma sequência mais ou menos aleatória de pequenos apontamentos, que poderiam provocar um efeito de conjunto, mas que (tal como no vídeo da Moleskine!) parece apenas uma justaposição de várias cenas, que embora sujeitas à mesma estética (visual e/ou sonora), não se mostram determinantes, umas face às outras ou ao resultado final. Aquela ideia Albertiana da beleza como sendo o resultado de uma equação à qual nada pode ser acrescentado ou retirado. Aqui pode. E isso é o que eu acho que retira ao filme a poética que o seu conteúdo revela: o facto de o seu conteúdo poético não formar realmente um filme.

Pablo Chicasso disse...

Para mim o problema é que me parece gratuito. Porque para mim não me diz nada, parece formal e sem conteúdo. e a poesia está no conteúdo. Ma se calhar sou eu que não sou sensível ao conteúdo, isto é, não o encontro.

OGC disse...

Eu por acaso diria (assim sem pensar muito, nunca desenvolvi uma teoria sobre isso) que a poesia não está restrita ao conteúdo. Ou seja, a forma parece-me poder contribuir para, pelo menos, potenciar um determinado conteúdo, eventualmente poético. Aquela forma (no sentido de direcção estética) de expressar aquele conteúdo não me parece desprovida de sentido; a forma (enquanto organização, montagem, etc) do filme é que me parece desvirtuar o resto.