13 setembro 2011

Cavalo à solta

Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.

Minha ousadia, meu galope
minha rédea
meu potro doido, minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.

Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.

Minha laranja amarga e doce
minha espada
poema feito de dois gumes
tudo ou nada
Por ti renego,
Por ti aceito
este corcel que não sossego
à desfilada no meu peito

Por isso digo
canção castigo
amêndoa, travo, corpo, alma, amante, amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre, casa, cama, arca do meu trigo.

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura

Minha ousadia
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.

2 comentários:

Raquel Rodrigo disse...

Belíssimo poema, extraordinariamente bem cantado. Sou fã dele e tua.
Agora fiquei curiosa por saber o contexto desta escolha. Beijinhos*

Pablo Chicasso disse...

Não sei explicar melhor senão que me tem estado na cabeça estes dois últimos dias.