05 novembro 2006

Marie Antoinette



Sabem aquela rapariga que Mozart dizia ser sua noiva quando este ainda tinha 5 anos e que acabou numa guilhotina algures em Paris durante a Revolução Francesa? Pois bem, lembraram-se de fazer um filme sobre ela...Marie Antoinette...filme de Sofia Coppola que fui ontem ver...e que recomendo...

Retratando a vida da jovem princesa austríaca, que sai com 15 anos da sua terra natal para casar com Luís XVI e, assim, entrar no teatral mundo de Versailles, o filme mostra, com pormenores deliciosos e até com um pouco de humor, a adaptação de Marie à sumptuosa e luxuosa forma de viver da corte francesa do séc. XVIII. Quem vê o filme fica, desta forma e pelos olhos da rapariga, a conhecer melhor os costumes e rituais (alguns quase doentios e a roçar o ridículo) que se desenrolavam no interior do grande palácio francês durante esta era de declínio barroco.

Bem...não quero contar muito...não será um filme de perder a cabeça (piada fácil...eheh) mas é um bom filme...vão vê-lo que fazem bem!


P.S. Convém ainda dizer que o filme desenrola-se antes da 2ª Guerra Mundial...não vá alguém ter dúvidas...e perguntar a meio do filme...!

6 comentários:

Anónimo disse...

Gosto. muito.do filme, da banda sonora, da actualização da leitura daquilo que é mais etrno: a natureza humana. é o filme de uma cineasta muito madura, apesar da sua juventude e do pesado nome de família que carrega (lembram-se dos Padrinhos? do Apocalipse Now? são do pai...)
E nós, como nos entendemos bem com o século XVIII. até na decadência!

Anónimo disse...

alguém reparou nas All Stars?






[é tarde. ainda preciso de digerir o filme. virei depois mostrar a minha opinião]

Anónimo disse...

Por falar em decadência...!!!

EÇA DE QUEIROS escreveu este texto em 1871

MAS PARECE QUE FOI HOJE. MERA COINCIDÊNCIA???


Estamos perdidos há muito tempo... O país perdeu a inteligência e a
consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a
conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja
escarnecida.
Ninguém se respeita.Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes
exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina
dormente.
O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um
inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte, o país está perdido!
Algum opositor do atual governo?
Não!

Anónimo disse...

já houve mais quem visse as all stars. é uma espécie de "fuga". e tem todo o sentido. como a música dos Joy Division.

Anónimo disse...

começa. "o que é que é isto?! o que é que é isto?!" a minha cabeça bloqueia. só mais tarde me lembro: "aah! Gang of Four! como não me lembrei!" que grande música para começo.
segue a história. e a beleza que Sofia Coppola vê na Kirsten Dunst é assustadoramente bonita. segue a história no seu decurso normal. a História que todos sabemos. mas para além disso surgem os pormenores mais deliciosos: veja-se o exemplo das all stars. aqueles frames que deram um outro valor, e quase que posso dizer significado, ao filme. toda a loucura! o baile de máscaras ao som do "I Want Candy" dos Bow Wow Wow ainda se torna mais louco. mais próximo.. mais meu.. e, numa outra noite, "Ceremony" interpretada pelos New Order (o original é dos Joy Division). e se ao ver o trailer fiquei com pele de galinha nessa cena, perante o ecrã gigante entrei noutra realidade. e foi tão bom.
"Avenues all lined with trees,
Picture me and then you start watching,
Watching forever, forever,
Watching love grow, forever,
Letting me know, forever."
porque Joy Division e New Order matam-me, mas matam-me feliz. e vê-los, ali, a correr, por aquelas avenidas demarcadas por árvores, tão livres, ainda que prisioneiros a uma vida, ao som de 'cerimónia' foi para mim O momento do filme.
e quando começa The Strokes com o seu "What Ever Happened" eu saltei da cadeira, literalmente. "I want to be forgotten, and I don't want to be reminded." e Siouxsie & the Banshees": o-h m-e-o d-e-o-s-!-!-! e Aphex Twin. e Radio Dept. e tudo e tudo. que coisa! ah, mas daquelas boas! e calo-me agora que falo demais!










[aconselho outros filmes da filha Coppola: "Virgens Suicídas" (com a fabulosa banda sonora dos AIR) e "Lost in Translation" (com uma banda sonora também deslumbrante, salientando My Bloody Valentine e The Jesus and Mary Chain)

reparem como a banda sonora é essencial nos filmes dela. e como, quem não conhece ou não compreende as músicas, não capta a essêmcia do filme. é assim o cinema: uma conjunção de imensas artes]

Pablo Chicasso disse...

Mas pk ek eles, rei e rainha, sao tao amorfos? tao fúteis? Pk se deixam tao morbidamente apodrecer? E pk e k no fim, quando se apercebem que falharam a vida, ainda temos pena deles?

A esmagadora força do meio. Versailles corrompe-os tal como Lisboa corrompe Carlos da Maia.
Seremos nós capazes de vencer o meio ou tornar-nos-emos cúmplices dessa tal decadência (que é a atitude mais fácil?)?