02 março 2007

Já está a ficar na horinha
2 comentários

Penso que já está a ficar na hora de escrever sobre a nossa viagem a Itália. Assim, vou deixar aqui as minhas impressões e depois, os restantes membros deste blog, poderão, sucessivamente, fazer o mesmo. Bastando para isso editar este mesmo post. Não perguntei se eles concordavam mas "isso agora não interessa nada..."



Chicasso:


Viajar por Itália é absolutamente indispensável para qualquer amante de Arte. Pode dizer-se com propriedade que este país foi a cabeça da criação artística do mundo desde o Império Romano até ao final do período Barroco. Como tal, é lá que encontramos as mais representativas obras de arte da História.
Pessoalmente, considero que os momentos que mais me marcaram foram o estar em presença do David de Miguel Ângelo. Um olhar que tem vida e força, um peito que sobe e desce ao ritmo da respiração, um corpo que, a qualquer momento, vai dar um passo em frente. Acima de tudo, Beleza com letra maiúscula. Mas também quando entrei na Basílica de S. Marcos, em Veneza. nunca tinha estado num espaço que, pelas suas proporções e sentido de unidade e beleza da decoração fosse tão comovente. Se Deus existe está realmente nos pormenores e também ali é a atenção ao detalhe, tanto a nível da decoração como no que respeita à execução da própria construção, é espantosamente cuidada. Ainda antes de terminar, quero ressalvar o prazer que foi estar na sala dedicada aos "Boticellis" na Galleria degli Uffizi e visitar os Museus Capitolinos e a sua maravilhosa colecção de escultura e mosaico da Antiguidade Clássica (quem me conhece ou lê o que escreve neste blog não terá dúvidas que é essa mesma arte que eu especialmente admiro).


A todos os professores que nos proporcionaram esta visita um muito obrigado!






Orlando Gilberto Castro


Concordo, obviamente, com o que o meu colega de viagem disse. "Estar", de facto, no livro de História da Cultura e das Artes é muito muito bom, muito enriquecedor e muito estranho, também. Passar por um museu e, de repente, ao mudar de sala, levar com o Nascimento de Vénus em cima, assim vindo do nada, é definitivamente qualquer coisa.

Mas para além dos infindáveis aspectos artísticos de que poderíamos (e vamos) falar e falar, acho que esta viagem foi também muito importante do ponto de vista do crescimento pessoal de cada um, a forma como tivemos que aprender a lidar com as situações, com as pessoas, com os problemas, com as soluções...

Também não posso deixar de referir Veneza. A nossa (minha?) sereníssima Veneza. A mesma Veneza sobre a qual ainda não consegui escrever uma linha... Acho que ainda não digeri aqueles momentos, aquele momento. De partilha, de comunhão, de euforia, de alheamento, de realização, de aconchego, de felicidade profundamente sentida e absorvida - ainda hoje, acredito - por todos quantos tiveram a sabedoria para o viver. Refiro-me, esclareça-se, ao Carnaval, mas ao Carnaval de Veneza, ao Carnaval de S. Marcos, invadido de comboios lusos, por sua simpatia invadidos de navegadores vindos de todos os lados a cada instante.
Esta é a minha eterna Veneza. A Veneza a que voltarei, certamente, numa outra ocasião, menos festiva, para a conhecer realmente, em todas as suas faces.

O agradecimento não podia, claro, ser maior, e penso que palavra alguma seria capaz de o quantificar. Por isso, à falta de melhor, obrigado. O simples e corrente obrigado, nunca antes tão profundo e verdadeiro.

O meu obrigado.

2 comentários:

Anónimo disse...

subscrevo tudo! mesmo a preferida escultura, a relação tridimensional com o objecto/corpo, experimentada na perturbante emoção perante o David (o verdadeiro!). até às lágrimas, o sentimento do sublime só existe no aqui e agora da insubstituível presença da obra.
obrigada aos alunos pelo modo inteligente como me/nos acompanham e estimulam.
suponho que haja quem nem acredite que assim é. mas nós sabemos e essa aquisição é definitiva.

Pablo Chicasso disse...

hoje voltei a lembrar-me daquele momento do último dia em Itália em que a professora Dália me disse assim, estavamos nós junto à piazza Navona:
-Então Francisco, lá temos S. Mamede à nossa espera não é?

Pois é, qualquer um dos quatro rios que correm na piazza Navona é mais bonito do que o rio que corre na minha aldeia.