06 maio 2007

NOMISMATIKE

Numismática é a ciência que trata da descrição e da história das moedas e medalhas.
Tanto quanto sabemos, tem a sua origem mais remota na Grécia, onde foram utilizadas pela primeira vez as moedas como as conhecemos actualmente.
O seu surgimento foi motivado pela dificuldade de realizar trocas comerciais em géneros ou através de barras de ferro e pesos de prata, tendo sido o rei Aliates a primeira autoridade a emitir moedas com monograma, representando o governo de um estado.


O sistema de cunhagem – dos séculos VII a V a.C. – é, imagine-se, basicamente o mesmo que ainda utilizamos: um disco de metal aquecido introduzido numa bigorna, onde lhe seriam impressas duas faces diferentes.


O período de maior perfeição nesta área terá sido por volta do século V a.C., época que originou moedas consideradas autênticas obras de Arte.

Daí o surgimento da numismática, que constitui também uma grande fonte de informação sobre as mais diversas épocas, já que nos transmite aspectos histórico-culturais da sociedade cujas moedas são estudadas.

2 comentários:

Anónimo disse...

o que considero mais interessante é o facto de se ter passado à abstracção... ou seja, como é que um pedaço de metal passa a "valer" os objectos que queremos trocar?? é preciso uma autoridade (muito forte!)que declare que passou a ter determinado valor mesmo não o tendo tecnicamente. é incrível como hoje estamos tão habituados a um conceito tão abstracto, e que na altura deve ter dado umas dores de cabeça... se ao passar do escudo para euros foi o que foi (confusão geral para todos os portugueses teimosos) imagino o que terá sido então!

Anónimo disse...

Olá Carolina.
Aqui acho que posso dizer umas coisas sem dizer muitos disparates (se me souber conter...)
Na verdade há um grande percurso para se ter passado à abstracção... do dinheiro electrónico.
A moeda metálica é a consubstanciação do "equivalente geral de trocas" (esta é a definição de moeda, em "economês"), porque substituiu a "troca directa" (50 camelos por uma mulher, 3 bois por 2 carros de sementes...), facilitando os cálculos de equivalências de valor (por exemplo: um homem de meia idade valerá duzentos carneiros ou só 120?)
In illo tempore (naquele tempo) dos romanos e gregos e próximos trocava-se valor- a troca era, em concreto, troca de valor.
Curioso também é que até ao dia 15 de Agosto de 1968 era obrigatório existir uma determinada quantidade (valor) de ouro depositada no FMI que, através de uma determinada taxa de conversão, correspondesse à quantidade de moeda em circulação em cada país. Era o chamado "padrão ouro". E mesmo depois disso era normal que as moedas metálicas incorporassem uma quantidade de metal equivalente ao valor facial.
Como a inflação disparou acabou-se com as moedas (de cobre, por ex.:) porque o metal de que eram feitas valia mais que o seu valor facial (ou nominal) - o que levou ao desaparecimento de enormes quantidades de circulação - então as moedas de prata... de 2$50 e de 5$00!
Depois de 15/8/1969 (data em que os E.U.A. abandonaram o padrão ouro - na sequência de uma das primeiras crises petrolíferas e de os franceses terem ameaçado pregar-lhes com as espantosíssimas quantidades de dólares que os americanos "exportavam" para trocar por ouro) passamos à circulação "fiduciária" - quer dizer: uma moeda de um cêntimo de euro vale isso porque "acreditamos" que vale um cêntimo de euro. Na verdade está determinado que assim é e toda a gente é obrigada a acreditar que "aquilo" vale um cêntimo...e a aceitá-lo como tal.
Agora, o valor da moeda é um valor social, meramente abstracto.