02 maio 2007

Untitled

Estava a passar os olhos por um livro sobre minimalismo e deparei-me com esta citação:


«A primeira batalha que quase todo o artista deve travar é a de se libertar
da velha arte europeia»

Ao contrário do que é costume vou reservar a minha opinião para mais tarde. Deixem as vossas opiniões; provoquemos o debate.


4 comentários:

OGC disse...

Acho que nenhum artísta deve permanecer demasiado 'colado' à sua arte padrão, digamos, àquilo que tradicionalmente se faz ou se fez. No entanto, também não acho que deva virar as costas ao seu passado, pelo menos não totalmente.

Anónimo disse...

Não sei porquê, mas depois algum tempo a "mastigar" a citação veio-me à memória um anúncio (creio que era de um SUV qualquer): no meio dos montes, numa estrada secundária, o condutor ouve a resposta ao seu pedido de indicações que o orientem para o seu destino - e o homem da aldeia diz então: "Está a ber aquela torre? (Sim-responde) Atom esqueça. Bocê bai por aquele atalho..." (A coisa continuava.

Acho que a pessoa citada quereria dizer que por termos sido educados na Europa, recebendo a cultura europeia como única conhecida e válida, automàticamente tendemos a "ver" o Mundo com os referenciais (cartesianos, entre outros) da Europa (ocidental, já agora, porque nem toda a cultura europeia nos é ensinada). Se não tivermos essa "torre" - esse ponto de referência - não nos saberemos orientar.
Portanto, temos de esquecer os nossos referenciais culturais para estar disponíveis para aceitar outros caminhos que nos levem a entender/compreender/fazer/viver outros tipos de arte (para que a arte europeia deixe de ser "velha").

Anónimo disse...

penso que a barbárie também está nestas frases, e não só nos povos sujos do norte que atacaram Roma. a velha arte europeia não é a única arte, mas é a nossa mundividência, mesmo quando a negamos. a nossa crítica (benção da filosofia europeia) é que nos permite interrogá-la deste modo.e esse será um outro romantismo, evidentemente...

Pablo Chicasso disse...

ok... vou deixar a minha opinião. Deixar de parte a "velha arte europeia" seria para nós o mesmo que ser português e querer falar outra lingua qualquer, ter outra bandeira e outro hino, outra moeda etc. É certo que países com uma história mais recente como o caso dos EUA têm outro tipo de "liberdade" para fazer experimentalismos e coisas totalmente novas, que nós não temos devido ao peso da nossa cultura. Mas essa "liberdade" corresponde a uma necessidade, uma obrigação, logo a negação da "liberdade". Eles foram forçados a começar tudo do zero. É que essa carga cultural é um peso mas também um material inesgotável para trabalhar. E se nós temos uma matéria-prima tão rica, porque haveriamos de a deitar fora?