18 agosto 2010

b) De Uma Relação de Poder:

Naquele sistema, a informação só corria num sentido: do doente para o hospital. Se a uma mercadoria isso não faria falta, para uma pessoa pode ser útil receber alguma informação. Por exemplo, a consulta está no horário ou está atrasada?, nesse caso para que horas está prevista?, o médico que me vai atender está a dar as consultas que me antecedem ou teve de suspender o serviço por algum motivo mais urgente?, etc.

Esta falta de informação reforça uma desiguldade de poder que também é favorecida pelo dispositivo – que consistia de uma sala com várias portas conducentes a consultórios apenas adivinhados. Todos os doentes estão reunidos numa sala, da qual vão saindo um a um, para regressarem momentos depois. Tal como numa fábrica entra leite e saem iogurtes, o doente sai, supostamente, “transformado” e aquilo que se passa para lá daquelas portas adquire um estatuto um tanto místico.

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